sábado, 21 de setembro de 2013

Inconsistências curitibanas - quem manda em Curitiba - a ANEEL? A COPEL? Concessionárias? E a acessibilidade?

Guerra aos postes, galerias e canalizações mal feitas

As florestas de concreto e aço – um grande negócio para as concessionárias
Reurbanização e segurança para pedestres
O maná para as empresas de distribuição de qualquer coisa é a verticalização das cidades.
Um prédio é uma rua cravada num espaço pequeno, substituindo uma enorme área horizontal que seria necessária, aonde as estruturas materiais e humanas das empresas que entregam produtos, água, gás, eletricidade e serviços chegam até as portarias, sendo responsabilidade do condomínio ou do proprietário levar o “recebido”, muitas vezes mediante recibo na portaria, até a gaiola onde mora o cliente da concessionária.
Imaginem quantos quilômetros de ruas e avenidas (e canos, caminhadas, cachorros, cabos, combustíveis, demolição de calçadas etc. seriam necessários para atender o mesmo número de famílias e empresas) que um edifício de grande porte substitui.
Graças aos grandes prédios funcionários, redes, entregadores de correspondência, leituristas, canos e fios param na portaria.
Seria interessante o debate sobre o tema “custo de grandes consumidores urbanos e a possibilidade o aprimoramento de serviços”.
A questão é: como poderiam compensar seus clientes e a população da cidade com padrões melhores de atendimento?
Por favor, não falem simplesmente em baixar tarifas, esse discurso demagógico, oportunista, irresponsável e reducionista pode levar muitos lugares desse imenso Brasil a uma regressão perigosa de qualidade, segurança e confiabilidade.  No intuito de reduzir custos muitos desprezam riscos e a importância da qualidade da manutenção e de instalações, o que vale é taxa interna de retorno (TIR) e outros indicadores de ganhos financeiros. Exemplo disso serão os efeitos da MP 579 (MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012.) sobre o Setor Elétrico. Ela coloca em risco a qualidade de conservação de grandes barragens e equipamentos para geração de energia elétrica. É o resultado da ignorância de pessoas que nunca trabalharam em manutenção e operação de grandes usinas decidindo coisas que não entendem. O inferno está cheio de almas que tinham boas intenções.
Atos temerários já causaram imensos acidentes em muitos países...
Absurdamente a alienação em relação às qualidades positivas dos serviços essenciais é enorme. Clientes, usuários e consumidores ficam com o que a mídia impõe e ministros, governantes, as agências reguladoras entendem (e a FIESP, pelo jeito). Com certeza em muitos lugares desse imenso Brasil o povo local não conseguiu criar e manter boas empresas; não é o caso da COPEL e CEMIG, por exemplo.
Morar nos andares superiores de algum “arranha céu” como dizíamos antigamente significa uma enorme dependência da eletricidade. A distribuição, transmissão e geração de energia elétrica é assunto essencial à segurança e aprimoramento de nossas metrópoles; por muito pouco elas não foram submetidas a outro racionamento (Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico). As empresas distribuidoras de energia, água, sistemas de comunicação e as concessionárias que coletam esgoto assim como as prefeituras e seus sistemas de coleta de águas pluviais, o transporte coletivo urbano, serviços de lixo, Correios usam, degradam, agridem calçadas, autênticas faixas de servidão.
Geradores de emergência e outras coisas dessa espécie podem significar acréscimos de riscos e poluição sonora, química etc..
Ou seja, é hora de abrir fogo contra postes e similares. Curitiba, por exemplo, pode, merece e precisa de redes subterrâneas em muitas de suas ruas e avenidas.
A união faz a força e pode produzir qualidade, confiabilidade, segurança.
Com certeza não é agradável às concessionárias abrir esta discussão. Do jeito que está é bom e se mexer pode dar m...
A Copel, uma estatal a serviço do povo, por exemplo, já propôs parcerias [ (A COPEL E A EVOLUÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO), (Guia para Municípios e Empreendedores)].
Redes subterrâneas, se feitas em consórcio entre todas as concessionárias e a prefeitura, viabilizarão a reurbanização a favor do pedestre, ciclista, pessoas com deficiência, idosos, crianças etc.
Absurdamente a cidade convive com ambientes degradados e hostis ao cidadão comum e àquele que aprecia caminhar onde possível (Degradação das redes aéreas de distribuição e conexão).
O discurso exaustivo e fácil a favor de tarifas mínima e inviabilização de concessionárias sob gestão integrada à população local (as federais, principalmente, são comandadas por tecnocratas em Brasília) dão a impressão de impotência e criam sentimentos fatalistas, quando, na realidade, o que é decidido pelos poderes legislativo e executivo pode e deve sempre estar sujeito a correções.
Decisões em polos distantes afastam a sensibilidade “custos x benefícios” e “responsabilidades x direitos”.
Ainda que submetidos a modelos institucionais perversos, existe espaço de otimização se os prefeitos, por exemplo, partirem para a investigação das leis municipais e a exploração de seus poderes a favor do povo.
As cidades bem atendidas significam melhor qualidade de vida, algo que, infelizmente, raramente encontramos na periferia (por exemplo dramático). Nos arredores das grandes cidades o pesadelo é total. Gente expulsa ou que abandonou suas cidades de origem onde pelo jeito tudo era pior e aqui até podem se sentir bem, mas que estão abaixo de níveis elementares de qualidade de serviços; uma realidade que nossos tecnocratas deveriam conhecer melhor.
Podemos e devemos aproveitar a racionalização dos serviços essenciais a favor da inclusão, mobilidade do pedestre e ciclista. É um dever de empresas que fizeram de nossas ruas e calçadas autênticas, explícitas e terríveis faixas de servidão. Critérios de tempos de penúria continuam valendo em cidades que agora despontam como grandes metrópoles; é justo?
A adoção de redes subterrâneas reduzirá acidentes, a poluição, a fragilidade dos serviços. Os ganhos são imensuráveis se tudo acontecer de forma honesta e competente.
BNDES, bancos internacionais e até recursos orçamentários podem e devem ser usados de forma a se poder desenvolver essa transformação.
Estamos comemorando dias de defesa de idosos, PcD, contra a poluição “sem automóvel” etc.
Festas são boas, vamos resolver problemas?

Cascaes
21.9.2013

(s.d.). Fonte: Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico: http://www.ilumina.org.br/zpublisher/secoes/home.asp
A COPEL E A EVOLUÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO. (s.d.). Fonte: COPEL: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/apresentacao.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Degradação das redes aéreas de distribuição e conexão. Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/2012/02/degradacao-das-redes-aereas-de.html
MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012. (s.d.). Fonte: planalto.gov.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/mpv/579.htm
Utilização e Aplicação de REDES DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEAS. (s.d.). Acesso em 23 de 1 de 2013, disponível em COPEL: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/